sexta-feira, 25 de maio de 2012

Dois Curtiram: Os Gays e a Paranoia do Mundo


Na postagem "Sou Viado, Sim... E Daí?" sobre a canção do grupo Língua de Trapo, um leitor deixou o seguinte comentário:

O comentário me fez pensar em uma crônica do Arnaldo Jabor, intitulada "Os Gays e a Paranoia do Mundo", publicado no jornal O Estado de São Paulo, no qual ele defende que viado seria "a melhor palavra para definir homossexual em português, apesar dos traços pejorativos do nome". Nada melhor, portanto, do que aproveitar a oportunidade e indicar o artigo aqui nesta coluna do blog. Para ler a crônica do Arnaldo Jabor, é só clicar aqui. É bem legal (pelo menos nós achamos). 

Para refletir a respeito desta questão, aproveito e deixo algumas perguntas no ar: 

Qual o termo que vocês usam para se definir a si mesmo "enquanto" LGBTUVXZ? Gay? Guei? Homossexual? Homoafetivo? Bicha? Viado? Bee? Boiola? Biba? Pederasta? Baitola? Morde-Fronha? Outro(s)? 

E para se referir aos demais da nossa "espécie"? O mesmo? 

E qual deveria ser o termo politicamente-correto a ser usado por um heterossexual para se referir a um LGBTUVXZ? 

E quando você quer ofender um LGBTUVXZ, que palavra você usa? (dia desses, por exemplo, maridão e eu vimos dois LGBTUVXZ brigando, e um deles estava xingando o outro de "passivona". O detalhe irônico é que o ofensor, digamos assim, passava longe do protótipo de um "ativão"). 

E quando você quer ofender um hétero? (até o Jean Wyllys se saiu de uma crítica política xingando  o Reinaldo Azevedo - heterossexual - de "viado velho")

Como trilha sonora do post, deixo você com um clássico de uma das minhas bandas preferidas, devidamente legendado. 


Independente da palavra - ou do seu uso em contexto, o que considero a verdadeira questão -, o fim de semana está aí.  Façam como esta dupla que vos escreve: divirtam-se sem moderação! 

Ps. brincadeiras à parte, para quem quiser saber sobre a ideologia por trás das palavras, sugiro um livro sensacional chamado "LTI - A Linguagem do Terceiro Reich", escrito por Victor Klemperer, um filólogo sobrevivente do Holocausto nazista. Nele, o autor mostra como a linguagem nazista foi sendo incorporada no dia a dia da população alemã e mesmo hoje muitos judeus usam os termos nazistas sem perceber sua origem. O livro, uma obra de referência para quem estuda a relação entre linguagem e autoritarismo, é todo baseado nos diários que o autor escreveu durante o nazismo.  #ficaadica.

8 comentários:

  1. Tipo, nao sou o anônimo, acho q na música p termp viado caiu perfeitamente, é uma música de protesto (pelo menos parece). Agora eu acho q a resposta dele caberia aos "dois LGBTUVXZ brigando, e um deles estava xingando o outro de "passivona"", ai sim se queremos respeito primeiro temos q nos respeitar e os outros tbm. Eu não saiu usando viado como xingamento não. Quando alguem me fala viado, numa conotação tipo "idiota"/trouxa/frac tento não ligar, se fosse assumido diria sou sim e daí?
    Nick

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  2. Palavras mas nada do q palavras ... as palavras em si não têm nenhuma conotação ... o seu sentido é conferido por quem as profere e por quem as escuta ... simples assim ... palavra nenhuma em si é pejorativa ou elogiosa ... uma mesma palavra pode encerrar os dois lados ... portanto discordo totalmente do Anônimo q fez o comentário ... Eu sou VIADO sim em tom de orgulho e auto-elogio ... e qdo "quero ofender alguém", a mesma palavra VIADO vai ser novamente utilizada seja para um Viado mesmo ou não ... Mais ou menos por aí ...

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  3. Bom, você sabe que sou hetero e escrevo livros GLBT. Já fui chamada de paranoica, também. Mas, sei lá... eu realmente entendo como critica algumas coisas, como uma reprimenda velada... etc...
    Queridos, olhem meu blog hoje, e vejam o meu artigo http://fic-lovers.blogspot.com.br/2012/05/meu-deus-e-eu.html

    e me digam se foi paranoia minha...

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  4. Concordo com o comentário de Paulo, e digo que o mesmo ocorre com relação a outros segmentos, como por exemplo, a raça negra.
    Eu sou negro, chamo algumas pessoas de negona, num sentido carinhoso, mas há casos em que o tom muda e soa como preconceito, tipo: só podia ser nego!
    bjs e bom findi!

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  5. Palavras tem conotação, sim! E todas as palavras que conceituam o relacionamento entre duas pessoas do mesmo sexo está impregnada de uma carga pejorativa de longa data!
    Eu proponho criar-se o nome BLIM ou BLOM!
    bjs aos Dois

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  6. E como dizia Cássia Eller:

    Palavras, palavras
    Palavras, palavras
    Palavras ao vento

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  7. Realmente gosto muito do seu blog, leio sempre que posso! Sou bissexual, porém, poucas pessoas sabem. Entre um dos meus problemas, destaca-se um que eu diria, me atormenta um pouco.. Não consigo lidar com minhas primas e sobrinhas, embora fique com mulheres também. Não sei explicar, mas nunca sei como conversar com elas, julgo-me estranho por isso. Tenho mais dificuldade em lidar com minhas sobrinhas adolescentes, talvez por receio delas perceberem minha opção sexual. Como você lida com isso? Digo, tem facilidade em lidar com suas sobrinhas e mulheres da família? Gostaria muito de ler algo referente a isso, você faria um leitor mais feliz caso arrumasse um tempinho em sua agenda de estudos e baladas, rs.

    Não encontrei outro lugar que pudesse fazer esse comentário, por conta disso o coloquei aqui mesmo!

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  8. ao Anônimo aí de cima. Obrigado pela sugestão, esta semana eu ainda estou na correria, mas te prometo que escrevo sobre o assunto já nos próximos posts (ou mesmo no próximo). Pode nos escrever pelo e-mail ou pelo Facebook, na medida do possível a gente responde. Um abração!

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