Vergonha Alheia...
Não, eu não fui preso entre os bandidos lá da USP... até porque, por lá, como aqui, eu quero é distância dos “revolucionários”. Quando a gente vê pessoas que pararam em 1968 (69 é um número tão mais interessante...), gritando palavras anacrônicas sobre repressão policial, opressão e outros blá blá blás, invadindo e depredando prédio público, sendo violento (verbal e fisicamente) com quem tem opinião contrária... Vergonha alheia total. Em momentos assim dá uma baita vergonha de dizer que sou uspiano.
Para quem não acompanha a história, deixa eu fazer um resumo: um aluno foi morto por uns nóias na USP. A reitoria fez um convênio com a PM, para que 16 policiais pudessem circular pelo campus. Nostálgicos da repressão chiaram, fizeram a cabeça dos alunos contra a opressão, dizendo que aquilo era coisa da ditadura. Em dois meses de polícia, os índices de criminalidade na USP caíram mais de 90%. Semana passada a polícia recebeu uma denúncia de tráfico de drogas e foi averiguar. Pegou três alunos no flagra, dentro de um carro, portando maconha. Por uma incrível coincidência astral, uma turba de alunos e o sindicato dos funcionários, que estavam de boa ali por perto, chegaram pressionando a polícia, com megafone em punho, gritando sobre repressão e intimidando os policiais com livros de Marx, pedras a cavaletes. Depois disso eles resolveram invadir o prédio da Administração da FFLCH (que fica ali perto). No dia seguinte, resolveram fazer uma assembleia para votar a invasão. Perderam feio, mas, democráticos que são, esperaram os alunos contrários irem embora e fizeram uma nova votação. Dessa vez deu unanimidade (oh!) e invadiram, pela enésima vez, o prédio da reitoria. Passaram o fim de semana brincando de revolução por lá e foram retirados esta manhã pela polícia.Quem tiver um tempinho, leia este excelente texto de um amigo meu lá da universidade.
Mas este blog ainda é gay, então vamos ao lado gay da força neste caso.
Fiquei absolutamente P-U-T-O da vida quando passei em frente ao prédio da Administração, invadido pelos marginais, e depois, diante do da Reitoria, e vi, nos dois lugares, hasteada a bandeira do arco-íris.
não sei quem é o rapaz que ridicularizou os rebeldes, mas sou seu fã! |
Sim, queridos leitores, lá, entre cartazes contra a "mídia golpista burguesa" e com a clássica frase “Os policiais não são trabaliadores. São o braço armados dos exploradores”, estava triunfante uma bandeira do movimento gay (vale lembrar: uma das primeiras providências desses democratas foi justamente queimar as bandeiras de SP e do Brasil.). Pelo que eu entendi, conversando com um pessoal do “movimento gay”, este apóia a “luta” de algumas dezenas de vândalos maconheiros que querem a polícia longe de seu feudo, para poderem brincar de revolução comunista enquanto fumam maconha. Tá, eles não usaram estes termos, mas disseram que apóiam “a luta dos companheiros uspianos contra a repressão policial”.
Quando um homossexual é agredido na Av. Paulista, ou em qualquer outro lugar, a primeira coisa que pedimos é justamente por mais policiamento no local! Quando eu digo que boa parte do chamado "movimento gay" na verdade é só uma questão partidária, muita gente duvida. Infelizmente, é. O pessoal vai fazer apenas aquilo que interessa ao partido, e está pouquíssimo se lixando de fato para a população gay que diz defender. Se o partido diz que você deve gritar “Fora PM do mundo!”, como fizeram lá na USP, eles vão fazer imediatamente. Quero ver estes babacas (desculpem, não tenho outro vocábulo) gritando “Fora PM” na hora em que um intolerante qualquer cruzar o seu caminho! Um dos estudantes presos teve a cara de pau de gritar "Homofobia"!!!!!!!!
Achar que algum policial vai impedir um aluno de ler ou discutir Marx é um delírio que nem merece consideração... O que estava em jogo desta vez nem era a questão da polícia propriamente. Eles só usaram isso como isca para conseguir a adesão dos alunos saudosistas da repressão. O que queriam mesmo (além de fazer a revolução comunista) era que fossem retirados os processos administrativos contra os alunos e funcionários arruaceiros. Tenho dez anos de USP e posso garantir: se há algo de repressor, violento, agressivo e até homofóbico por lá é justamente este pessoal radical saído das cavernas, verdadeiros terroristas que dizem lutar pelo “bem” da universidade.
#Fica PM!
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7 Comentários:
bem, acho q o maior problema neste caso, q tenho observado daqui, é como a universidade não é encarada como um espaço educacional, se tornando feudo (palavra sua) de grupos que se pretendem estar corretos. acredito que a política estudantil é um espaço importante para o desenvolvimento politico dos estudantes, e que a ideia de tomar o prédio da reitoria, por ex, é uma opção válida dentro dor processo, porém, esses processos não são lidados como se fizessem parte de um processo pedagógico. Acho que o primeiro erro, da USP é envolver a justiça qndo ela tem um problema entre seus próprios estudantes, pelo que vc contou a tomada da reitoria foi um processo antidemocrático, e provavelmente se houvesse um canal de comunicação dentre os estudantes e a reitoria, mesmo assim, a tomada do prédio se daria, mas eu afirmo novamente, se a percepção pedagógica ainda existisse dentro das universidades brasileiras, se lembraria que estes estudantes precisam ser educados a tentar todos os outros meios políticos até tentar tomar o poder, o que na verdade é a tomada da reitoria, é como se eles tomassem o poder do reitor.
além disso, a presença da polícia dentro de universidades, por si só, é sim um problema. eu entendo que a USP tem problemas de segurança, porém em todas as escolas do Brasil esse problema tb existe, e existe um grande questionamento sim se no ambiente escolar (e a usp é uma escola, reforço isso) a presença de policiais deve ser permitida ou não. é um problema pedagógico importante, que, se a USP não tivesse falhado em seu papel de educadora, seria o centro da discussão de tudo isso.
Aplausos e mais aplausos! De há muito q o movimento estudantil, assim como, o de trabalhadores e outros afins, se tornaram um espaço de arruaceiros e vagabundos profissionais. O pior disto tudo é que todos são beneficiados por verbas e apoio do governo federal como uma forma de cabresteá-los e assim calar os verdadeiros e legítimos anseios de estudantes e trabalhadores. Tudo isto foi sabiamente orquestrado pelo PT qdo alçou o poder. Digo isto com tranquilidade de quem viveu a década de 60, 70, 80, 90. De quem viveu na universidade no auge da ditadura militar. De quem um dia acreditou, apoiou, militou pelo PT e que hoje se enoja desta corja retrógrada, corrupta e vil. Não vou ficar aqui a me estender mais, apenas quero registrar meus aplausos por sua postura e a de todos os que verdadeiramente se comprometem com as verdadeiras causas democráticas que este país precisa.
Assim como o Braccini eu também aplaudo o seu post. É triste saber que só aparecem pessoas querendo defender algo quando aquilo faz parte do seu ponto de vista quando deveria fazer parte de um todo. Também não vou me estender e sim continuar aplaudindo seu post que merece ser lido por todos!
que dizer...concordo integralmente...
É isso aê, esses 'uspianos' querem se tornar 'usucapianos' da USP. Não pode. Policiamento é necessário, sim. Fã também do rapaz com o cartaz amarelo.
Olha, andei sumido pq estou tentando manter 2 postagens diárias lá no blog e andei sem tempo por conta disso, mas já está entrando no controle.
Quero ver se movimento aquilo lá. Tava meio no automático.
O que dizer, se vc já disse tudo? Concordo com tudo o que vc disse, meu caro.
Eu acho essa coisa de estudante revolucionário tão 70's... e fizeste bem ao escrever revolucionário com aspas... hehehe! Hugz, guri!
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