Quadro "Gayme" no Programa Amor & Sexo, da Rede Globo

Estava vendo agora há pouco o quadro Gayme no programa "Amor e sexo", da Rede Globo. Para quem não sabe, é um game com gays, daí o "Gayme", sacou? Nele, três candidatos são submetidos a algumas provas. Quando foi ao ar a primeira edição, não pude ver. No dia seguinte, li em vários blogs dezenas de críticas absolutamente bobas: reclamavam de humilhação dos candidatos e até chegavam ao absurdo mor de dizer que a Globo fazia aquilo porque era homofóbica e queria zombar dos gays. Outros reclamavam que os candidatos eram todos efeminados, e que não representavam a "classe".

Como diria nossa diva Silvetty, "meu cu".

Não vale nem a pena dar bola para o que gente tão infeliz tem a dizer. Querem sempre arrastar os outros para suas trevas, mas felizmente as pessoas preferem a luz. Mas vamos lá...

Primeiro: o quadro é feito por e para pessoas de bem com a vida e com a própria sexualidade. Os participantes são maduros o suficiente para entender o que é uma brincadeira, então não rola nenhum constrangimento. São efeminados? E daí? O programa não pretende ser um estudo de grupo e não precisa ser representativo das inúmeras subclasses encontradas no mundo gay. E, queira você ou não, gays efeminados existem e não têm culpa se são pessoas mais divertidas de se ver na TV do que um militante raivoso acusando todos de homofóbicos.

Isso posto, vamos ao gayme em si. As provas são divertidas e brincam com clichês normalmente atribuídos ao gay e ao hétero. E a ideia é justamente brincar com esses clichês. O que muita gente não percebe é que a melhor crítica que alguém pode fazer é por meio do humor, e não da pregação.

Na primeira prova de hoje, a brincadeira era com a questão da força física: arremesso de peso. Mas não era qualquer peso: eram bolsas femininas. Quem ganhou? Justamente o candidato mais efeminado de todos!

Na segunda etapa os jogadores tinham de dançar como heterossexual para enganar mulheres que estavam vendo a cena por trás de um vidro. O legal é que só colocaram clássicos gays, de Cher a Britney e o pessoal se divertia tentando parecer desajeitado. Entre os julgadores, ninguém menos do que a Rogéria,Paula Burlamaqui e Susana Vieira. E eles enganaram...

Gays entendem de moda? Era isso o que estava em jogo na terceira prova. E o que se viu foi justamente o oposto... os candidatos recebiam uma lista com nomes de peças do vestuário, tinham de encontrá-las numa sala e vestir uma modelo. Só um acertou, e justamente o que trabalhava com moda. Os demais erraram TODAS as peças...

A última prova consistia de um "Circuito Macho Alfa", com tarefas tipicamente masculinas como "abrir três vidros de palmito",  "trocar três lâmpadas queimadas", "bater três pregos e colocar os respectivos quadros na parede" e por fim, "matar uma barata - de verdade".

O vencedor do gayme ganhou uma viagem num cruzeiro, com direito a acompanhante.

O que achei do quadro? Achei muito legal. Sei que muita gente adora odiar a Rede Globo (e ainda diz que não tem preconceito, né?) e não consegue ver o avanço que um quadro como esse representa. Estamos falando da maior emissora do país, com um quadro totalmente simpatizante. E sem se deixar levar pelo coro do politicamente-correto, nem cair do discurso fácil.

Como disse a apresentadora Fernanda Lima, ao final do programa: “a vida é muito mais legal quando a gente não se leva tão a sério, afinal, somos todos diferentes". 

Parece até que ela lê o Dois Perdidos na Noite...

No Youtube há vários vídeos das edições anteriores. Deixo você com a apresentação dos candidatos do primeiro programa: