Klaus Nomi: O Canto do Cisne

Klaus Nomi, com o perdão do trocadilho infame, é um nome que você deve conhecer. Se não conhece ainda, tenho a honra de apresentá-lo. O moço extravagante da foto ao lado foi uma das figuras mais emblemáticas do pop alemão no comecinho da década de 80. Foi descoberto por ninguém menos do que David Bowie, que o viu se apresentar em um inferninho gay quando morou em Berlim, e imediatamente o levou na bagagem para Nova York.

Nomi tinha uma voz incrível (conseguia ir do mais agudo ao mais grave, com igual competência). Sua imagem se tornou uma verdadeira identidade visual, um ícone. Impossível confundir aquele cabelo, aquela maquiagem, as roupas geométricas. No mínimo, ele estava dois séculos à frente de seu tempo.

Como poucos, soube unir o pop sintetizado da Neue Deutsche Welle (a New Wave alemã) com o glam rock e a música erudita. Cantava basicamente em inglês (com o sotaque fortíssimo) e alemão. Músicas como "The Nomi Song", "Total Eclipse", "After The Fall", "Simple Man","Lightning Strikes", "Falling in Love Again" e a sensacional regravação de "The Cold Song", da ópera Rei Arthur (Purcell) se tornaram clássicos na sua voz.

Klaus Nomi foi um dos primeiros artistas a morrer vítima da AIDS. Nos deixou em 1983, em pleno auge da carreira, pouco depois de lançar o segundo álbum (Simple Man). Lady Gaga iria adorá-lo. Morrissey admite ser seu fã, até colocou sua música "Death" entre suas preferidas. Em 2001, o duo Rosenstolz (já escrevi sobre eles aqui no blog) regravou a canção "Total Eclipse" com a participação do cantor Marc Almond.

Klaus Nomi - Total Eclipse (ao vivo, em 1981)

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