Tirando as Canções do Armário
Sabe quando você cria uma interpretação própria para uma canção, e aí não importa o que ela realmente quer dizer, pois já adquiriu um sentido particular? Eu tenho mania, como já disse antes, de achar viadagem implícita nas letras de várias canções. Mas eu não estou sozinho nessa.
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Alguns casos já são clássicos: todo mundo conhece aquela música do Só Pra Contrariar, “Que se chama amor”, não é? Pode confessar. Nela dá pra ouvir versos como “Como é que uma coisa assim machuca tanto/ E toma conta de todo o meu ser / É uma saudade imensa que partiu meu coração / É a dor mais funda que a pessoa pode ter” Ou “Meu Deus, não/ Eu não posso enfrentar essa dor/ Que se chama amor/ Tomou conta do meu ser”. GAY! Ficou até conhecida como “Melô da bicha apaixonada”.
Não contente com seu hino extra-oficial, Alexandre Pires ainda gravou uma canção chamada "G L B T (Liberdade de expressão)”. Desta vez não é sacanagem, esse é realmente o nome da canção, que diz coisas como “Ele é parceiro é amigo/ É sincero de verdade/ Divertido e não tem do que se envergonhar/ Ele é igual a todo mundo/ Ta fazendo a sua parte/ E não tem satisfação pra dar” E o refrão ainda diz: “Deixa de zoar, deixa o homo se expressar/ Arrebenta! Cutuca , Cutuca!” Palmas pra ele, mas ainda prefiro a outra.
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Outro exemplo bem conhecido é o daquela canção que era tema de Natal do Banco Nacional, num comercial dos anos 80. Sem dúvida o maior conteúdo homoerótico da história natalina: “Quero ver você não chorar, não olhar pra trás nem se arrepender do que faz/ Quero ver o amor vencer, mas se a dor nascer você resistir e sorrir/ Se você pode ser assim, tão enorme assim eu vou crer/ Que o Natal existe, que ninguém é triste, que no mundo há sempre amor”. Mas Natal é uma data gay por natureza: na virada do dia 24, um cara todo vestido de vermelho, com pompons, levando um saco nas costas, e ainda por cima com um bando de veadinhos, entra pela chaminé! GAY!!!!!!!!!
Outro exemplo bem conhecido é o daquela canção que era tema de Natal do Banco Nacional, num comercial dos anos 80. Sem dúvida o maior conteúdo homoerótico da história natalina: “Quero ver você não chorar, não olhar pra trás nem se arrepender do que faz/ Quero ver o amor vencer, mas se a dor nascer você resistir e sorrir/ Se você pode ser assim, tão enorme assim eu vou crer/ Que o Natal existe, que ninguém é triste, que no mundo há sempre amor”. Mas Natal é uma data gay por natureza: na virada do dia 24, um cara todo vestido de vermelho, com pompons, levando um saco nas costas, e ainda por cima com um bando de veadinhos, entra pela chaminé! GAY!!!!!!!!!
Mente poluída? Sim, sem dúvida. Uma canção que para mim é a mais gay do rock nacional não foi gravada nem por Cazuza, nem por Renato Russo ou qualquer outro cantor homossexual. Para mim, a canção mais gay do nosso rock dos anos 80 é “Tarde Vazia”, do Ira! – banda que eu curto bastante. Eu sempre cantei imaginando um garoto gay tímido, trancafiado em seu quarto,ouvindo Smiths e escrevendo em seu diário: "Pela janela, vejo fumaça, vejo pessoas.../ Na rua os carros, no céu o sol e a chuva/ O telefone tocou, na mente fantasia.../ Você me ligou naquela tarde vazia, e me valeu o dia.../Podia ter muitas garotas, mas você é diferente/ você me ligou naquela tarde vazia, e me valeu o dia”Vai dizer que não é a coisa mais romanticamente gay que voce já ouviu? GAY!!!!!!!!
Outro hino gay involuntário oitentista era “O homem que eu amo”, da banda paulista Voluntários da Pátria (fui longe, agora?). Quem foi a bicha enrustida que não cantou a plenos pulmões, no porão esfumaçado do Madame Satã, versos como “Quero entendero homem que eu amo/ Compreender, que nada me assusta mais”. Coincidências do destino, Nasi e Gaspa, do Ira!, eram membros da banda.
Não achei video, mas dá pra ouvir aqui: http://www.mundoira.com.br/volunt/volunt01.htm
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Ps. Menção honrosa para a "homofobia implícita" da canção "Straight From The Heart", do Bryan Adams...rs...
E você, tem alguma música com conteúdo gay que só você é capaz de perceber?
E você, tem alguma música com conteúdo gay que só você é capaz de perceber?
7 Comentários:
Darling 01,
Concordo com você na maioria das letras. Mas, tarde vazia do Ira (que é linda), precisa um pouco mais de abstração. Acho que você sempre quis pegar o nazistinha do Nazi(trocadilho), que se diga de passagem, é bem homofóbico (DEUS me livre), nem para salvar a humanidade de um colapso total. Agora straight from the heart, já bati cabelo e a cabeça para tentar descobrir que elemento homo está implícito. Perhaps could ya told me later!
Adoro vocês dois...
P.s. Acho que não existe o 02. Ninguém viu, nem comeu eu só ouço falar... Um homem assim não pode existir, seria falha na matrix!
O comentário aí em cima, não deve ser verdadeiro sobre o nasi. A pouco tempo, ele disse numa entrevista já ter transado com homens. E ele não me aprece ser homofóbico. enfim...
Agora de cara não lembro de nenhuma música, mas vou pensar no assunto.
bj, boys
Lieber anônimmo...
Definitivamente, não quero nem imaginar o Nasi transando, como você disse, nem para salvar a humanidade de um colapso total. ... aliás, vez ou outra eu o encontro fazendo caminhada pelo campus da USP. Se alguém tiver a fantasia, fica a dica - ainda mais depois do comentário do Wans.
O 02 existe sim, meu grau de imaginação é fértil, mas meu grau de esquizofrenia ainda é controlável... quem nos conhece pessoalmente sabe que a gente existe. Ou não, como diria Caetano...rs...quanto ao ninguém viu nem comeu... bem, há controvérsias...rs...
Não tenho necessariamente uma música com significado pra mim, mas sempre transformo qualquer música infantil em músicas altamente pornográficas, repletas de homoerotismo, tanto que até ia montar uma banda com um amigo pra transformar essas músicas fofas em coisas podres e pesadas a lá black metal, hehe. Pena que não engrenou, mas as letras ainda existem, hehe
abs
Olá ao casal. Sobre o post, eu adorei.
Abri um widget na coluna azul do NG, no qual eu colocarei todo dia 5 links legais. A única coisa chata é que não consegui fazer com que o leitor seja remetido à origem do link sem sair do meu blog. Mas, ainda assim, vou testar alguns dias. Achei interessante a idéia.
Essa postagem foi um dos 5 links destaques de hoje.
Abraços.
Junior.
Com Lady Gaga. Sempre acrescento lésbicas e gays nas músicas dela quando não sei a letra. O mesmo se repete com outras dessas mulheres cantantes que atraem gays como centros urbanos atraem mendigos.
Abraço!
nunca tinha pensado em Tarde Vazia assim mas faz muito sentido...
alexandre pires é o fim (mas eu catava pois sou dessas...)
por outro lado, interpretamos as músicas com base em nossa bagagem e momento daí visões diferentes para o mesmo contexto...
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