O travesti lixeiro

Pois não é que bem na Caipirolândia (como meu amado chama a cidade...) existe um travesti lixeiro (tá, poderia ser politicamente correto e chamar de “coletor”, mas eu sou um conservador reacionário blá blá blá que odeia o politicamente-correto, vou usar o termo “lixeiro” mesmo).
Mas, voltando à figura em questão, é uma figura sensacional! Não sei seu nome, mas todos chamam de Xuxa. Apesar do meu medo de travestis (confesso que tenho medo de travesti – medo mesmo, não aversão. Isso me torna literalmente homofóbico? Pior do que este medo, só mesmo meu medo de anões – mas já me desviei do assunto outra vez, de volta ao travesti): ele é um negrão de 1,90 (alguém conhece travesti baixo?), trabalha totalmente “montado”, com direito a mini-saia, salto alto, longas madeixas e tudo mais... uma figura! E, ainda por cima, tem um senso de humor fantástico: apesar do trabalho ingrato, vai lá em cima do caminhão que faz a coleta, distribuindo sorrisos, cantando e mandando beijinhos para as pessoas da rua.
Todos na cidade já o (a) conhecem e quando ouvem o barulho do caminhão, correm pra rua e fazem festa, brincam junto, até aplaudem – crianças, adultos, idosos, todos! Na época do Natal, fez o maior sucesso e ganhou um monte de “caixinhas” dos moradores, aos quais respondia com gritinhos de agradecimento, dancinhas, rebolados e a maior farra. Só vendo mesmo!
Acabei de revê-lo (a) aqui na rua e fiquei feliz por um motivo especial: ela havia sido vítima de intolerantes, e dizem quase morreu – aliás, eu também achava que ele (a) tinha morrido.
Tiro o chapéu para ele (a)! e não é à toa que a população também o (a) recebe de forma tão calorosa. Quando a pessoa é honesta, do bem, por mais que a vida seja difícil, sempre vai estar do lado certo da força. Dignidade é isso, o resto é resto...
Em algum desses canais, vi uma reportagem com ela. Mesmo sofrendo esse preconceito, admiro essa coragem e alegria de continuar sua vida.
Escreve,que eu leio e respondo........
Postar um comentário
BLOG ENCERRADO!