segunda-feira, 19 de abril de 2010

Alguns garotos vagam por engano – sacudindo a purpurina do sobretudo

"I was wrong to ever doubt
I can get along without
I can love my fellow man
but I'm damned if I'll love yours"
(I was wrong)

Hoje lá ia eu, belo & sebastian, rumo ao trabalho, quando passei na frente de uma banquinha de DVDs. Como bom viciado, fui dar uma fuçada pra garimpar algo de bom. E não é que lá estava, entre forró e pagode, nada menos do que um DVD da banda britânica The Sisters of Mercy. É claro que comprei, né?

Como já disse em outros posts, eu era gótico na adolescência. Gótico dos pés à cabeça, literalmente. Assim sendo, The Sisters of Mercy, Death in June, The Cure, Joy Division, Christian Death, Dead Can Dance, Poesie Noire, Nick Cave e companhia eram trilha sonora fundamental dos meus dias nada deprês e noites divertidas nos porões esfumaçados do Madame Satã, Espaço Retrô e coisas do gênero...

Fazia tempo que não ouvia nada da banda. Já de volta em casa, fui logo ver o tal DVD. E não é que ainda me lembro das letras das músicas, e lá estava eu fazendo do meu quarto um karaokê e cantando com a voz grave de um Eldritch tupiniquim clássicos como First and Last and Always, Marian, Walk Alway, Logic ... Algumas das minhas preferidas da banda, como Floorshow, Alice, ambas da melhor fase do grupo (compilada no sensacional Some Girls Wander by Mistake) , também estão no show, pra delírio desde tiozinho que vos escreve. Pra minha felicidade total, só faltaram Body Electric, Lights, Adrenochrome, Watch...

As versões inusitadas, marca registrada do Eldritch, também estão lá, todas convertidas em autênticas canções sistersofmercyanas: Emma (Hot Chocolate), Knocking on Heaven’s Door (Bob Dylan). Senti falta das versões do ABBA (quer coisa mais sensacional do que aquele vozeirão do fundo da cripta cantando “Gimme! Gimme! Gimme! A Man After Midnight” – melhor do que isso, só ele cantando versos sublimes como “Jolene, por favor, não roube meu homem”, no cover de Jolene, da big-peituda-mor Dolly Parton).

De bônus, uma seleção de clipes como Temple of Love, More, Dominion, 1959, Under the Gun, This Corrosion...

Depois a banda desandou um pouco, foi pra uma direção que não me agradou mais, e hoje em dia vive mais do saudosismo dos fãs do que de novos lançamentos.

Legal, mas o meu saudosismo para por aí. Evidentemente não vou colocar meu sobretudo e ficar morrendo de suar como aqueles moleques na Galeria do Rock, minha fase dark passou, hoje meu mundo é bem mais colorido (no ano passado fui à Galeria do Rock com meu amor e fiquei surpreso ao ver que o local não me diz mais muita coisa, praticamente passei imune às vitrines...). Como já cantara a banda, "one thing I know: I want more!"

3 Comentários:

Wans disse...

Lembro com carinho do velho madâme. Saudades...

Vc viu que Brendan Perry lançou disco novo? Tá mais parecido com Dead can Dance do que o anterior. E no site dele tá falando que em breve ele sai em turnê com Peter Murphy pela América do Sul. Eu tô torcendo por isso, já que nunca pude ver Dead can Dance ao vivo.

Anônimo disse...

Mas alguma coisa sempre fica... mesmo que a idade tenha passado, e que tenhamos optado por ficar mais coloridos... os rifs, a rebeldia, a loucura sempre estará impregnada em nosso suor, mesmo que o sobretudo tenha sido substituido pelos paetês kkkkkkkk

Adorei a postagem e a Fotografia!

Einstein² disse...

love seu post. nostalgia gostosa!
seguindo, bjooo

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