quinta-feira, 29 de abril de 2010

Tiê - Sweet Jardim: As aves que aqui gorjeiam...


Quem me conhece sabe o quanto sou avesso à MPB (a menos que se trate, é claro, de música popular britânica), principalmente por certo ar sacrossanto que ela possui, uma aura de autoadoração muito chata, fazendo com que nada novo surja. Toda vez que uma cantora nova desponta com um primeiro álbum promissor, logo faz questão de chutar o balde e gravar um segundo só com “releituras” de Chico Buarque ou Caetano Veloso. Normalmente elas gravam as mesmas canções – e o resultado é tão intragável quanto a gravação original.

Deveria existir uma lei que proibisse novas cantoras de regravar estes compositores. Aliás, deveria haver uma lei proibindo TODO MUNDO de gravar essas coisas. Já passou da hora de renovar o repertório!

Às vezes eu resolvo dar uma chance a algo da MPB (brasileira) e ouço alguma coisa que me recomendam. Da nova safra, gosto de algumas coisas da Vanessa da Mata, por exemplo. Mas a última coisa que ouvi e me fez dar aquele risinho de satisfação foi o álbum Sweet Jardim, da cantora Tiê.

As canções são bem simples, as letras são igualmente simples, sem aquela afetação típica de quem se acha poeta. O instrumental é econômico, nada de arranjos complexos pra mostrar virtuosismo. A voz da Tiê é muito gostosa de ouvir, doce, usando de uma referência do álbum, faz jus ao nome: parece um passarinho cantando. Pode parecer empolgação minha, mas eu me lembrei da versão acúsitica de Rilkean Heart, do Cocteau Twins, ao ouvir algumas faixas, já que a atmosfera é bem introspectiva.

Fica a dica, para quem estiver cansado do tun-tun-tun da balada ou quiser dar um descanso os ouvidos enquanto o fim de semana não chega...

Gostei tanto destas aqui que não posso nem ouvir, pois não consigo parar de dar repeat... Enfim uma cantora que não é clone da Ana Carolina, que não quer ser Elis Regina, que é brasileira sem cair no clichê, que é contemporânea sem ser modernosa.




3 Comentários:

Wans disse...

Eu sou super avesso a música brasileira, mas vc falou a palavra mágica: Cocteau Twins.
Tá carregando aqui.

Alexandre Willer Melo disse...

eu gosto de mpb.
sim, temos monstros sagrados, bastiões inegáveis e que servem claro de refrência.
quando ainda usam estes para reler ou recriar vá lá mas esse invasão de cantoras 'bis' de voz grave já deu no saco.
são cópias de si mesmas, clones sem fim mas como fazem música pasteurizada e que agrada a massa é o que acaba vingando.
isso ou axé, pagode meloso e sertanojo, tudo devidamente embalado para vender, lucrar.
coisas como esss aqui são uma lufada fresca..

Patrícia Zudio disse...

Descobri essa cantora ontem, por acaso na net. Adorei !!
Já ouvi o cd todinho, e tô apaixonada justamente pela simplicidade e suavidade das músicas.
"Assinado Eu" é uma das minhas favoritas, assim com "Dois".

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