quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Dois Perdidos na Porrada!


Antes de começar a freqüentar a noite GLS, eu tinha várias impressões a respeito, algumas delas viriam a se mostrar falsas. Uma delas, senão a mais forte, era a de que deveria ser comum ver brigas. Sabe como é: reúna num mesmo lugar fechados vários homens bêbados, com mais bebida sendo vendida, copos e garrafas de vidro, junte a isso o fato de homem ser ciumento e que os gays dão em cima até mesmo de quem está acompanhado... Na minha (pre)visão, balada ou barzinho gay seriam um barril de pólvora prestes a explodir. Mas o que acabei vendo foi algo bem diferente. Sim, os caras continuam bêbados, mas o clima em geral é amistoso. Foram pouquíssimas as discussões que vimos.
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Sábado passado fomos fazer nosso costumeiro giro pelo centrão. A certa altura da noite, no nosso esquema de rodízio, voltamos ao ABC Bailão, que comemora seus 14 anos nesta semana. A noite ia bem, o DJ estava inacreditavelmente inspirado e mixando de fato as músicas. Como já chegamos ao local "turbinados" - mas longe de estarmos bêbados - nem bebemos mais, fomos logo para a pista.
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Como já reclamei aqui antes, o pessoal de lá anda dando sopa pro azar, pois a lotação da casa é uma das coisas mais chatas que já vi. É impossível se mover, quanto mais dançar. Esbarrões são inevitáveis, pisões no pé, idem. Em nenhuma das casas noturnas que conhecemos você vê algo do gênero, mesmo com casa cheia.
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O problema é que tem um pessoal que resolve ir até a pista pra ficar parado, e aí de você se esbarrar neles! Maridão e eu dançávamos juntos quando um cara resolveu deixar o cotovelo levantado para atingir quem chegasse perto. E acertou logo bem na cara do maridão, que deu um olhar paralisante para o cara. Enquanto dançávamos, maridão se segurou para não dar uma porrada no dito cujo. O clima ficou pra lá de carregado, o cara arregou e foi embora. Antes disso, um carinha veio se engraçar pro lado do maridão - mesmo vendo que estávamos juntos - e eu só lhe dei uma discreta, mas dolorida bicuda na canela, que o fez sair de perto rapidinho... pena que eu não estava de coturno, mas deu pra ensinar a lição. E como sou quase um ninja, maridão nem percebeu...rs...
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Mesmo quando fomos pra casa, maridão ainda estava puto da vida. Nunca o vi tão irado assim - o barraqueiro do casal sou eu, ele é o cara dos bons modos e da educação suíça. Não sei como ele não bateu no cara, de verdade. Teria dado uma confusão tremenda.
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A noite GLS é mais pacífica ou é mais um sintoma da falta coragem dos gays? Sinal de educação ou de passividade? Somos menos violentos ou mais covardes, já que às vezes não reagimos mesmo quando somos agredidos?
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Não estou defendendo a violência, sou bem amistoso. Só que eu acho que o gay está ficando cada dia mais bundão. E eu acho que não justifica, mas ajuda a entender um pouco o porquê dos gays serem alvos preferidos dos pitboys da vida. Antes de ser gay, somos homens, e acho que deveríamos nos lembrar disso mais vezes...
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Ps. isso nada tem a ver com ser efeminado ou não, viu? Os gays mais machos que conheço são os travestis...
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Ps2. a menos que você esteja cogitando a ideia de suicídio, não dê em cima do meu marido...rs...
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14 Comentários:

Jean Borges disse...

Concordo com o ponto de vista...Pelo menos evita mais baixaria, pq pelo menos em alguns locais que eu conheço, ela está presente de várias formas...
Abraços!!! (de amigo, e aos dois, claro...qro viver mtos anos ainda!!!rs)

Ma disse...

Lugar lotado é sempre tenso.

Acho que essa coisa de gay frouxo é bem presente aqui em São Paulo. Em Salvador, aliás, no nordeste em geral a coisa é mais tensa.

Abs, nas mesmas condições do post anterior, hehe

Junior Healy disse...

Não sou muito fã de balada GLS, mas realmente os gays são mais educados mesmo, quase não se vê briga nesse tipo de Boite.

Alexandre Willer Melo disse...

gato, lugar cheio é sempre assim e se for brigar com cada um desses que atrapalham na pista ou cada um que olha com cobiça vai brigar com o lugar todo.

veja bem, olhar é uma coisa, partir pra cima na caruda é outra, ok? e merece sim um chega pra lá mas sem agressão física pois quando chega a isso não há mais razão para nada ou ninguém.

eu+wans não ligamos muito pra esses lances mas isso somos nós, cada um sabe onde lhe aperta o sapato

o ABC realmente peca com a lotação e o pior dia é Sábado quando eles parecem fazer questão de entupir a casa além do seguro. Sexta é o melhor dia, mais de boa e o som muito mais legal.

não acho que os viados são bundões. todo barraco que vi sempre foi em balada hetero. parece que as xanas atiçam os machos a mostrar que o território tem dono e daí um quer mijar na cara do outro.

acho que as baladas GLS são lugares onde realmente impera a diversão e as pessoas estão mesmo afim disso e não de provar que são machos dominantes, por isso não se vê muito barraco nesses lugares. acho que o gay não tem essa necessidade da violência, da agressão, a postura territorial como disse acima e não creio que isso deponha contra nós de forma alguma.

já sofremos demais fora dos clubes e boites para levar para dentro dos mesmos a violência e um comportamento que emula os lugares heteros, não acha?

não somos bundões ou covardes não, eu não sou e acho que nenhum de nós é e, apesar de achar que algumas vezes só na paulada mesmo, prefiro seguir a via de que a violência gera apenas a si própria e isso não faz nós menos homens, faz?

acho que são coisas distintas a situação do clube e as agressões na rua e se não sabemos separar um do outro então não temos direito de reclamar por nada mais pois ingressamos no regime de violência do qual queremos sair.

arranjar briga por tão pouco, penso eu, é extravasar um conceito hormonal de homem copiando exatamente a sociedade hetero que nos põe o cabresto.

para fazer isso existem outros meios como o boxe e outros esportes de contato físico intenso.

Frederico disse...

também sempre tive um pouco de medo de balada gay, até começar a frequentar e ver que não tem brigas e barracos como imaginava. e concordo com vc acho que os gays estão ficando cada vez mais submissos, principalmente depois dessa onda de violencia e homofobia.

FOXX disse...

eu conversei com uma segurança da Diesel, eu acho, q fica próxima ao Bailão (é esse mesmo o nome?), da ultima vez que fui a são paulo. Ela me deu uma explicação bem mais interessante.

Em baladas heterossexuais, ser homem significa necessariamente não fugir de brigas, se vc foge vc é ridicularizado, então mesmo sem querer brigar, as pessoas se envolvem. Em baladas gays a necessidade de afirmação da masculinidade foi jogada no lixo na porta, segundo ela por isso existem menos brigas.
Mas eu pergunto, afinal, quem foi q inventou q o HOMEM é violento? Ele não é, mas ele é ensinado a ser desde pequeno porque HOMEM não chora, HOMEM não foge, HOMEM não é covarde. E o bom é que vc repete o mesmo estigma porque o gay que não é HOMEM é PASSIVO, o gay é EDUCADO, o gay é COVARDE, é tudo aquilo que um homem não é. E seu PS, os homens mais machos são travestis só repetem tb os mesmos clichês.

Wans disse...

Maridão disse tudo! E isso não quer dizer que olhamos para os homens dos outros, viu? Mas achar um ou outro bonito e comentar é realmente coisa nossa. Porém, juntos, jamais damos em cima do macho dos outros, ou melhor, jamais damos em cima dos outros machos.

E vá ao bailão na sexta que o clima é outro. Pessoal mais velho, som melhor e casa menos lotada.

Unknown disse...

Isso vai de cada um, da educação e do respeito principalmente.
A diferença entre o ambiente gay e outro hétero, em regra e não na exceção, é que, no primeiro, prevalece a educação sem machismo e, no segundo, talvez haja educação, mas o machismo vem antes. Sou educado, mas rebole na minha frente ou olhe pra minha mulher pra você ver o q acontece. É soco na cara.
O exemplo que você citou é perfeito: ao invés de um discreto ponta-pé, o cara que olhou para o "maridão" teria levado um soco e, na sáida, poderia ser aguardado para ser espancado ou até morto a tiros (não é exagero).
O "maridão", por sua vez, ao invés de cara feia (que numa boate de machões não adianta nada - pelo contrário), teria partido pra cima do outro que levantou o cotovelo aos socos junto com os amigos.
Enfim, essa é a diferença.
Beijos.

Billycious Böy disse...

Eu nunca fui numa balada gay pra poder comentar com propriedade.
Mas, as minhas pré-concepções de uma balada gay é que, diferente das baladas héteros onde os homens querem mostrar sua masculinidade, os gays competem pra ver qual o mais feminino, o mais versátil, o que mais requebra - Se bem que, hoje em dia, as baladas héteros são bem gays.

Não acho que os gays são covardes. Você diz que antes de gays, somos homens. Mas, antes de homens, somos seres humanos. E, como seres humanos, cada um tem a sua personalidade. A minha personalidade, particularmente, não é agressiva.

DPNN disse...

Billycious Böy: "Mas, antes de homens, somos seres humanos. E, como seres humanos, cada um tem a sua personalidade. A minha personalidade, particularmente, não é agressiva." Absolutamente perfeita a tua colocação!

Wans, melo e Junnior. Concordo plenamente com 99% do que vocês disseram. A única coisa que ressalto é que um cara hétero não chega numa balada em uma garota acompanhada - nem sozinha - já passando a mão, por exemplo. Se o cara faz isso, é até assédio sexual, diga-se. Não acho que eu tenha de considerar normal isso por ser gay. Já aconteceu isso conosco e eu coloco o cara no seu lugar, não importa se é no maridão ou em mim... Também somos caras tranquilos, do bem mesmo, o que eu quis dizer justamente é que acho incrível não acontecerem mais brigas, e isso eu acho algo digno de nota.

Foxx: para a psiquiatria, apenas os psicopatas são desprovidos de preconceito, pois são incapazes de fazer julgamento moral. Não é o meu caso, e torço para que não seja o seu.

Lobo disse...

Considero atitude (ou falta dela) uma característica mais da personalidade da pessoa do que adquirida. Difícil generalizar um grupo por características individuais...

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

assino em baixo ao coment do Melo ... mais q preciso ... fato é q não gosto de lugares muito cheios sejam eles quais forem ... são desconfortáveis ... eu e a marida lidamos bem com eventuais assédios desde q dentro dos limites, pois desejar é algo inerente ao SER ... agora falta de respeito é outra coisa ... eu sou bem civilizado mas muito estopim curto tb ... nunca cheguei a vias de fato ... mas boas encaradas e uns chega pra lá discretos dou mesmo ...

bjão

nesta minha ida a Sampa vou voltar ao Bailão ... tempos q não vou ... o Ricardo Agui pelo menos prometeu ... rs



;-)

;-)

Day ! disse...

uiii ..tremi com o ultimo coments !

e eu concordo tem que ser muito macho pra ser travesti .

bijux !!

Júlio César Vanelis disse...

Não sei cara... Acho que tem um "q" de machismo no seu comentário... Mas por favor, não me entenda mal, isso não é uma crítica... Eu entendo o seu ponto de vista, mas eu tbm acho que violencia sem um bom motivo só serva para acabar com a festa, tanto nossa quanto dos outros... Os locais Gays são os mais animados que eu já frequentei, as pessoas que vão realmente estão procurando diversão, não tem porque se meter numa briga, mesmo que seja um caso parecido com o de vocês, em que o cara meteu o cotovelo na cara do seu marido... Mas no caso dos PitBoys, eu acho que isso é meio que lenda... Gay é homem e sabe que é, quando a situação aperta, parte pra briga sim... E se não parte, não porque é gay, mas porque não sabe brigar (tipo eu, assim... kkkk). Pode ver que, na maioria dos casos, os gays que sofrem violencia de Pitboys sempre estão em desvantagem, ou estão sozinhos ou em um grupo menor, já que esses pitboys são animais que só andam em grandes bandos...

Um abraço, rapaz... Até o próximo

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