sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Paredão DPNN: "O Segredo de Brokeback Mountain"


Nada como estrear o nosso Paredão DPNN com o pé direito - ainda mais quando ele chuta a bunda de um filme como "O Segredo de Brokeback Mountain". Maridão e eu temos gosto até que bem distinto para filmes, mas neste caso há um consenso: o filme é uma das obras mais superestimadas da história do cinema.  A melhor definição que já vi sobre esse filme veio de um amigo que também não curtiu o longa: "um chinês tentando fazer cinema europeu em Hollywood.”

Todo o falatório em torno do longa prometia que aquele seria O FILME! E assim que estreou, corremos para ver. Poucas vezes nos sentimos tão vítimas de propaganda enganosa quando ao sair da sala de cinema. Era nosso aniversário de namoro, e aquele filme era para marcar a data de forma especial. Ledo engano! O que vimos foi algo muito distante disso, e se marcou, foi pelo lado negativo.Um filme comum, nota 5, no máximo, sendo elevado à condição de obra-prima, apenas por sua temática. 

Se fosse humanamente possível, eu diria até que sairia da sala de cinema um tanto quanto homofóbico, pois o único drama realmente comovente no filme era o das esposas dos protagonistas, as maiores vítimas da história. E a forma como elas foram retratadas – como se fossem vilãs, culpadas por impedir o amor do casal gay – não beirou o patético, ultrapassou-o em muito. Não foi surpresa ver gays na platéia aplaudindo o momento em que uma delas vê o marido beijando o outro cara. Freud explica.


Alguns meses antes, víramos o filme “Delicada Relação” ("Yossi & Jagger" - melhor filme gay de todos os tempos?) no cinema. A comparação era inevitável – e injusta! Ambos os filmes mostram casais gays isolados do mundo, em situações dramáticas. Mas que diferença no tratamento! Com metade da duração, o filme israelense consegue ser muito mais eficaz no seu intento, e sem recorrer ao sentimentalismo barato, ao dramalhão, sem manipular o espectador. É Cinema de verdade, com “C” maiúsculo! "O Segredo de Brokeback Mountain" é “sinema”, com “S”, um produto falsificado.  Você compra um Sony e recebe um “Sonya”. "O Segredo de Brokeback Mountain" é “O Senhor dos Anéis” do cinema gay: dura mais do que o necessário, conta uma história que começa bem, mas não leva a lugar algum, tem coadjuvantes mais interessantes do que os protagonistas, e faz você sair do cinema com a impressão de que esfregaram um sorvete na sua testa. Obviamente,  já vimos filmes piores! "O Senhor dos Anéis", por exemplo...

Para não dizer que ele é de todo um desperdício de horas na sua vida (como O Senhor dos Anéis), há uma única cena que nos agradou muitíssimo: quando o personagem do Coringa fica esperando para rever o Donnie Darko, após um tempo separados. Sua agonia na janela, esperando seu amado era algo convincente. Mas uma cena de dois minutos é muito pouco para justificar mais de duas horas diante de um roteiro capenga, arrastado (dá-lhe cena panorâmica mostrando minutos de paisagem supostamente para dar um ar poético à narrativa...), com personagens rasos e caricatos, além de um discurso pra lá de maniqueísta. E tem gente que adorou e ainda reclama de novela! Uma grande prova de que beijo gay não confere qualidade ao produto...

"O Segredo de Brokeback Mountain" é o típico caso em que a “causa” se sobrepõe à obra em si - e quando é a "sua causa", fica difícil fazer algum tipo de análise isenta. Criticar um filme como ele é praticamente vestir a carapuça de homofóbico. Muita gente ainda acusa a Academia de não ter dado o Oscar a ele por preconceito (quando Crash realmente era o menos pior dos concorrentes)! Será que, se você não fosse gay, ainda assim acharia o filme tão espetacular? Algo a se pensar...

Nosso veredicto: "O Segredo de Brokeback Mountain" vai pro paredão. Se ele vai ser fuzilado ou não, cada um que faça seu próprio julgamento. Como diz o lema do DPNN: este blog tem opiniões pessoais explícitas, tenha a sua!

Bom final de semana, e façam como esta dupla, agora sem gripe: divirtam-se sem moderação!

18 Comentários:

Anônimo disse...

Eu gostei do filme por ser da "nossa causa" hauha e também por concorrer ao oscar está em várias locadoras Brasil a fora (o que pode diminuir o preconceito, ou não). Também fiquei com dó das esposas. Na wikipédia, na parte sobre como o cinema retrata a sexualidade achei interessante que quando é sobre este filme, ele pode ser lido de várias maneiras por quem vê: se você for gay, vai achar que eles eram gays e estavam se enganando casando com mulheres; se você é bi, verá o filme como se eles fossem dois caras que amavam suas mulheres e se curtiam etc.
Também acho que se não fosse gay acharia o filme tão bom assim (apesar que não acho tão bom, mais vale). Mas eu acho que deveria sim concorrer ao oscar por: ser um tema inovador (sic), ser uma história de amor, ter drama, etc. E o filme está no guia: 1001 filmes para se ver antes de morrer (ou na opiniao de vocês para se morrer de tédio).

FOXX disse...

o que mais gosto é o lema do blog
fato!

Alex da Mata disse...

Olha tb não gostei do filme...muito enrolado e triste..o que o mundo gay não é...
O filme demonstra muito sofrimento em todos os personagens... e não se tem um final feliz...se é que nessa vida terrena se tem alem da morte...
Com esse tema de filme dava pra se fazer um filme mais picante e cenas ainda mais não um monotonismo deste...

Anônimo disse...

Vcs adoram polemicas,ne?kkkk.Vou ali pegar minhas luvas de boxe.Aloka.

Eu li o conto de Annie Proulx antes de ver o filme.Os personagens,na visao da escritora,sao horrorosos.

Amei o filme.O final me fez sentir super mal.Poxa,é praticamente uma vida inteira a espera de um milagre.Merecia ter ganho o Oscar de melhor filme.

Entre nós,Ang Lee é o cara.Descobriu a mina de ganhar dinheiro com filmes com a temática.O Banquete de Casamento e esse.Pena que Woodstock foi fraquinho,fraquinho!

Tenham um ótimo findi!
Bjs.

DMalk disse...

Tbm gostei do filme por ser da "nossa causa", e do papel que ele teve na minha vida, foi também por causa dele que comecei a me interessar por filmes de tematica e por consequência parei na Blogsfera...

Unknown disse...

Prefiro não comentar sobre o filme em si (que eu gosto), mas da sua importância mundial para os gays.
Ele foi um divisor de águas. Até então, filmes de conteúdo e com temática gay tinham sempre um ar clandestino. Os que foram produzidos por Hollywood e conseguiram destaque não escancaravam. Pelo contrário, os romances eram mostrados quase através de mensagens subliminares. Se o público não prestasse atenção nem percebia o casal gay (rs).
E nem se cogitava uma superprodução hollywoodiana tão "gay approach" como foi SBM.
Aplaudo o diretor Ang Lee que, na verdade, não é chinês, mas taiwanês. Não esqueçamos que ele já havia causado antes com o seu excelente "Banquete de Casamento", de 1993 ou 1994. Outro excelente filme que vale a pena assistir.

Dan disse...

eu acho o filme válido só por ser um blockbuster precursor do tema.
Deu o que falar.

Fernando Munhoz disse...

Fiquei surpreso! hsahshashah
Gosto do Segredo, amo o Heath Ledger e esperaria as crias do Jake se ele quisesse, porém concordo que as mulheres deles, são as verdadeiras vítimas.
Confissão: eu tenho um DVD edição de Luxo do filme que eu paguei caríssimo quando eu comprei....#vixe

bjos meninos, excelente final de semana

S.A.M disse...

SBM pode não ter sido um filme rico mais ele tem sutilidades - que as vezes cansam - mas como se trata de um drama, é meio óbvio que seria bastante explorado o sofrimento.

Infelizmente (ou não) foi ele quem acabou abrindo as portas para inúmeros outros filmes que retratavam paixões gays sem afetação mas que ficavam apenas em roteiros alternativos.

Acredito que no final ele se redime um pouco e demonstra que se você não se dá a oportunidade de viver certas coisas elas simplesmente passam e não há nada que se possa fazer.

Quanto a Senhor dos Anéis, penso que são de fato 2 horas perdidas da sua vida também kk

Bjao pros 2

Frederico disse...

Não gostei muito de Brokeback Mountain, alias é difícil ter bons filmes gls, a grande maioria acaba no apelo sexual ou se perde no roteiro

Luiz Paulo disse...

N tive paciencia p terminar de ver o filme, mto arrastado, n gostei!
Bjim

Fred disse...

Acho que esse filme não vale nem a bala do fuzil - a ser usada no paredão. Hehehe! Next...

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

não é o meu filme predileto com certeza mas acho q a importância dele está justamente em ser uma produção hollywoodiana que abriu as portas para a temática sem clandestinidade ... concordo com o Junnior ...

ps: um adendo ... este negócio de dizer q mulher casa com gay sem saber e q são umas vítimas ... ah! me poupe ... namoram, noivam e não sacam ... devem ser cegas, surdas, débil mentais ou então são daquelas figuras loucas para ter marido, seja ele quem for ... pq não é possível ... não engulo esta de coitadinhas e sofridas ... têm mais é q se ferrar mesmo ... não estou aqui defendendo os gays q se casam com mulher ... estes são uns cafajestes e covardes ... qdo fazem filhos então ... minha vontade é de fuzilá-los ... é o q penso ...

Ma disse...

Ah, eu achei fofo !

Gostei de Brokeback por ser um blockbuster gay. Indo pelo caminho inverso, se transformarmos os cowboys gostosos num casalzinho heteronormativo do interior do Texas, seria mais um filme bobinho de Hollywood como tem as dúzias.

Filme bom e com temática gay existem muitos melhores que brokeback mountain, mas pelo menos conseguiu entrar em casas que jamais um filme desse nível, se fosse um filme de arte, entraria.

E aqueles dramas de doméstica cafuça deles eu adoro, huaaahahua

varzo disse...

gostei muito do filme, acho que foi uma das primeiras vezes que o tema deste foi tratado como uma coisa rentável... e também adorei o senhor dos anéis... vocês voltaram atacados das férias hein???

Anônimo disse...

Senhor dos Anééis é um porre. Não, como vcs diriam: UMA RESSACA hahahahahaha
Assisti todos os 3 pq ganhei a trilogia, acredita? A pessoa não deve me conhecer meeeeeeeesmo :)

Agora quanto ao paredão de hoje, olha vou ser sincero: Eu achei água com açúcar. Não odiei, mas não amei... se é para falar, vamos lá. Eu achava lindo o Jack pq ele queria enfrentar todo mundo e morar junto com o verdadeiro amor da vida dele e olha que se passa em 1962, tempos bem mais dificeis, ele era um verdadeiro homem, corajoso. Agora Ennis... Era contra viver com o Jack, sempre pensando na opinião dos outros e o final eu achei beeeem feito o Jack morrer para o otário do Ennis saber o que ele perdeu. Sou desses!

cubcub disse...

Achei o Brokeback um filme nota 5, como vocês dizem.

Agora sou uma bicha nerd e defendo O Senhor dos Anéis. Não fale assim! Experimente ler o livro! A sensação de que não vai acabar é muito pior, huahuhauhauhauha

Abraços, o/

Josiane veiga disse...

Nossa, eu gostei. Acho que não teve bandidos e mocinhos, teve pessoas humanas com seus defeitos e qualidades... e chorei no final..

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