Ser Gay em Israel
Hoje se comemora em boa parte do mundo o Rosh ha Shaná, o Ano Novo Judaico (saiba mais aqui), e para não deixar a data passar batida, resolvi ajudar a desfazer uma das maiores injustiças que eu vejo no "movimento" gay brasuca. É muito comum a gente ver o pessoal militante defender o estado Palestino e crucificar Israel. Também sou favorável à criação de um país para os palestinos, mas em geral, o antiisraelismo destes grupos é apenas uma forma de antiamericanismo e antissemitismo disfarçados. Então vou aproveitar este post para mostrar como é muito melhor ser gay em Israel do que em muitos outros lugares deste mundo... entre eles, o Brasil:
- Israel é a única democracia plena do Oriente Médio e o maior estado laico da região;
- A maioria da população israelense (61%) apóia a união entre pessoas do mesmo sexo;
- Desde 1993 ocorre a Parada do Orgulho Gay em Tel Aviv;
- A união civil entre casais gays é reconhecida em Israel desde 1993 (não existe “casamento civil” no país nem para heterossexuais, mas desde 2006 o Estado reconhece o casamento gay – por exemplo, aquele concebido no exterior - da mesma forma que o faz com o hétero);
- Ao contrário da vizinha Palestina, relações sexuais consensuais entre pessoas do mesmo sexo - maiores de 16 anos - não é crime em Israel;
- Casais gays possuem - assegurados por lei - praticamente os mesmos direitos dos heterossexuais, como, por exemplo, acesso à previdência social, garantia de herança e a possibilidade de adoção de crianças;
- Desde 1992 é proibida por lei qualquer forma de discriminação baseada em orientação sexual;
- Desde 2006, temas relacionados ao respeito aos homossexuais fazem parte do currículo escolar obrigatório – o mesmo é válido para as universidades;
- Em Israel, ao contrário do Brasil, gays podem doar sangue;
- Gays assumidos são aceitos no exército israelense desde 1993;
- Israel dá visto de moradia e assegura todos os direitos para parceiros estrangeiros de cidadãos israelenses;
- Israel é o único país no Oriente Médio com vida gay pública aos moldes ocidentais;
- O Supremo Tribunal de Israel proíbe a deportação de refugiados gays perseguidos em seus países;
- Transexuais possuem direito a mudança de gênero em seus documentos.
Obviamente existem grupos contra tudo isso, principalmente na comunidade judaica ortodoxa, mas eles não possuem força suficiente para interferir nas decisões do Estado.
Para quem se interessou pelo assunto e quiser saber mais, recomendo o belíssimo filme “The Bubble” (Ha-Buah), de Eytan Fox - o mesmo diretor do maravilhoso “Delicada Relação” (melhor filme gay de todos os tempos?). Ele conta a história de um grupo de amigos (gays) que vivem em Tel Aviv (a “bolha”, do título). Tudo vai bem, até que um deles se apaixona por um palestino... Vale a pena ver! Pra variar, dá pra baixá-lo lá no Intercine Gay, do nosso amigo Lobinho. É só clicar aqui. Outro ótimo filme que fala do assunto, porém do ponto de vista religioso, é o polêmico "Pecado da Carne", que mostra um relacionamento gay entre dois judeus ortodoxos - um deles casado e pai de quatro filhos. Para variar, tem no Intercine Gay também. Aqui.
Então, Feliz 5772! Shaná Tová!
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13 Comentários:
Gostei tanto de The Buble, quanto de Delicada Relação. Mas agora mais perguntas para o paredão: vc, pelos posts, parece que é de família judia e alemã, e vc estudou sobre Hitler:
1) sua família são da Alemanha nazista e vei para o Brasil se refugiar ou eu estou viajando?
2) Pq vc sempre discorda de tudo? Vc é do contra desde criança?
3) Qual a idade que vc e maridão se conheceram?
4) Maridão foi o único cara que vc já ficou na vida e vice-versa?
5) Primeira vez foi com homem ou mulher?
Eu passei a me interessar por Israel depois que conheci o cantor Ivri Lider. Queria saber mais sobre a cultura, as pessoas e já sabia sobre estes tópicos que vc colocou em relação a vida gay em Israel. Eu adoraria conhecer Tel Aviv e a parada gay deles parece extremamente civilizada. Uma vez vi até mesmo religiosos nas ruas assistindo-a e sem fazer protesto. Muito respeito.
Pré-conceitos nunca são bons. E não estamos livres deles. Bacana as informações (e eu adoro pau circuncisado...)
meu sonho atual é conhecer Israel principalmente Tel Aviv ... por estas e outras coisas ....
feliz ano novo, moços!
e tem tudo no intercine gay né?
Shaná Tová. Eu moraria lá.
Nossa...vou pegar minhas malas e meu amor e bora pra lá...rsrsrsr
Assisti a todos os filmes que você citou (tenho todos), nutro uma simpatia sincera pelo Judaísmo como religião e reconheço a inestimável contribuição do Povo de Abraão na construção do que hoje é a civilização ocidental...mas o Estado de Israel não é o Povo Judeu.
Na verdade o que causa perplexidade não é a política adotada por Israel com relação ao povo palestino mas o poder ilimitado do lobby internacional que defende suas atitudes mesmo quando elas ferem os Direitos Humanos, a Convenção de Genebra ou qualquer outra norma internacional.
Ele (me refiro ao Estado de Israel, não ao povo Judeu) faz o que quer, quando quer e não pode sofrer nenhum tipo de reprovação pois seria "antissemitismo".
O que se vê nos territórios ocupados (que já deveriam ter sido desocupados faz décadas) justifica sim uma intervenção internacional.
Por que ela nunca aconteceu ?
Você realmente considera essa situação justa ?
Desviar o foco para os maravilhosos direitos conquistados pelos GLBT em Israel não resolve o problema.
Pode ser fascinante ser gay em Israel, mas ser palestino em Israel é a pior das condenações.
nossa surpreendente essas informações, tinha em mente que nessa região todos os países fossem mais fechados em relação aos homossexuais
Interessante, o problema é sempre cair para um dos lados, né?
Adoro os filmes de Eytan Fox,sempre coma presença de Ivri Lider.
Ah,obrigado pelo carinho.
Beijos.
pensando em mudar pra Israel...
Eu também adoro o fato dos gays terem esses direitos em Israel! é muito legal! PORÉM, não podemos fechar os olhos para o que acontece de fato hein? Os judeus não tratam tão bem os palestinos, na verdade a grande maioria, o que eles fazem com a Palestina é injusto e por isso são atacados! Realmente, os muçulmanos em grande maioria não aceitam o homossexualismo, mas eu conheço muçulmanos do Egito, Palestina que são pessoas maravilhosas, não aceita, mas respeitam. Não podemos generalizar! Eu sinto muita pena dos que morrem no conflito entre os dois países! Mas enfim, Israel tb n dá o braço a torcer!
Thiago Almeida.
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