21 de Abril - Dia do Garoto Imaginário Robert Smith!
Ontem foi feriado nacional. Dia de Tiradentes? Aniversário de Brasília? Oficialmente, sim. Mas para este que vos escreve, o motivo que torna o dia de ontem especial é outro: no dia 21 de abril de 1959, vinha ao mundo Robert Smith, vocalista e líder da melhor banda de todos os universos: The Cure.
Tenho uma teoria: naquela fase da vida em que a pessoa faz a passagem da infância para a adolescência, a gente acaba por desenvolver uma memória afetiva em relação à música que está em evidência no momento. Atingi esta fase lá pelos idos de 86. Isso explica o fato de eu não achar a menor graça no rock dos anos 70, e de considerar que os Beatles não são lá muito páreos para bandas como The Smiths, The Cure, Depeche Mode ou New Order. Ouvir aquelas maravilhosas melodias - econômicas em acordes ou virtuosismo, mas repletas de adoráveis sintetizadores tocados com apenas dois dedos - conecta diretamente meus ouvidos a uma época de inocência, descobertas – e total ausência de responsabilidade. Como não gostar disso tudo? Foi exatamente nesta mesma época que a música deixou de ser mera trilha sonora de fundo e passou a desempenhar um papel principal na minha vida.
Sem medo do exagero, posso afirmar que a banda britânica The Cure, em plenos anos 80, salvou minha adolescência. O momento em que se deu o “click” foi quando vi o vídeo de The Catterpillar pela primeira vez. A música, o visual... a partir daquele momento, estava preso num casulo.
Foi o The Cure que me tornou um fã de música, que me fez buscar informações – numa época em que a informação não chegava até você, você é que precisava ir em sua procura. E, numa rede de conexões, me levou a descobrir outros artistas e estilos musicais. Na época eu era o típico adolescente gótico, com todos os clichês característicos (tudo bem, disso eu me envergonho, mas fazia parte do pacote).
Para muitas pessoas, um cheiro ou uma imagem são capazes de remeter a uma lembrança. No meu caso, o grande gatilho de memórias afetivas – boas e ruins – é a música. Embora a adolescência nunca seja uma fase fácil, hoje em dia, quando me lembro da época, as recordações positivas se destacam.
Gosto de praticamente todos os álbuns da banda – em especial dos primeiros. Não consigo ter uma música preferida, tenho várias, dependendo da fase, do dia: de “Pictures of You” a “Kyoto Song”, passando por “Dressing Up”, “A Forest”, “Piggy in the Mirror”, “Catch”, “Just Like Heaven”, “Lovesong”, “A Letter to Elise”...
Parabéns, Robert, e muito obrigado pelos momentos de felicidade que sua música – para muitos, melancólica, triste – me concedeu! E, se der pra fazer um pedido, se tiver um tempinho, faça uma visita novamente aqui ao Brasil...
6 Comentários:
Menino, escrevi um post sobre música para postá-lo amanhã. Depois dê uma olhada.
Então, o que vc sente pelo Cure é o que sinto por Cocteau Twins. É algo que não dá para explicar. Não consigo escolher melhor música. Todas me são perfeitas. E acho que hoje em dia, nada consegue superar o que os anos 80 foi para nós com mais de 30.
bjão!
E a ironia maior, Wans, é que eu vi o Cocteau Twins ao vivo, e o The Cure, não...
Eu gosto do the cure, mas dos que vc citou, sou muiiitooo mais louco pelo The Smiths, perfeitooo!
eu queria ter associado algo da minha década a memória, mas foi tão trash minha infância e adolescencia musical q nem me cade algo! abraçooo
meu deus...
passei aqui para retribuir a visita e de cara leio tudo isso e sou arremessado para essa época que também foi minha...
proejto sp, shows memoráveis por lá, acho que fui uma das 20 pessoas que viram o Revenge de Peter (god) Hook logo que acabou o New Order...
vi o Cure no Ibirapuera, fui devidamente paramendtado e na época tinha cabelo no estilo dele e fui daquele jeito...
adoro mas também pra mim o gatilho foi Smiths, deles cheguei a tantos outros e também vi o CT ao vivo, wans não me perdoa até hoje...]
sorry babe....é o preço de ser ter mais de quarenta...
acho ótimo a facilidade da net mas me parece que acaba deixando tudo meio que nivelado, em nosso tempo tinhamos de ir atrás e havia um certo prazer em ser detentor de coisas que poucos sabiam existir..
very good timed indeed...
The Cure, realmente mudou minha vida tbém.
parabéns pela matéria.
Pedro Caldart
Perfeito seu post! The Cure é a trilha sonora da minha vida!
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