Diversidade ou Segregação?

Estava acompanhando uma discussão acalorada no Orkut sobre a notícia de que a cantora Wanessa estaria querendo abrir um parque aquático voltado ao público gay. Muita gente se mostrou contra a ideia, alegando que não há motivo para um empreendimento desses, pois nada impede que o gay frequente um parque aquático comum, se o objetivo é se divertir. Outros defendem a necessidade de lugares específicos, pois não se sentem a vontade diante dos olhares de reprovação.

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Particularmente eu acho desnecessário, e concordo com o pessoal que enxerga nestas iniciativas uma atitude de segregação, e consequentemente, um aumento no preconceito. É mais um caso em que as pessoas usam a palavra "diversidade" muito longe do seu real significado.

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O que diferencia um homossexual de um heterossexual, além da orientação de sua sexualidade? Nada. O que impede que ambos dividam os mesmos espaços na sociedade? Nada. Por que um homosexual deve viver em função da sua sexualidade, diferentemente dos demais seres humanos? Simples, não precisa, vive se quiser. Existe preconceito? É claro, mas não vai ser fugindo do mundo real que ele vai acabar.

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É claro que os espaços GLS têm sua razão de existência, mas não dá pra exagerar e criar segregação. Já pensou se a gente começa a criar padaria, açougue, banheiro, hospital, escola só para gays? Eu não quero um mundo à parte, quero viver no mesmo mundo de todos.

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Algo semelhante ocorre nestas eleições, afinal, vimos uma mobilização em torno de candidatos LGBT (odeio esta história de siglas, mas vá lá.). A discussão é sempre positiva. A própria Parada teve como lema o "Vote contra a Homofobia" (mesmo convidando para desfilar em carro de som a candidata que fez a coisa mais homofóbica de nossa história política, né?). Recebi , esta semana, uma tal lista de "candidatos LGBT" nos quais os “gays conscientizados” devem votar. Curioso que sou, fui conferir, e... nem dá pra considerar, é totalmente filtrada pelo viés partidário de quem elaborou (basicamente todos os nomes pertencem aos mesmos partidos aos quais os criadores da lista são filiados, como comprova uma simples ida ao Google). Muita gente boa, que realmente fez algo de válido pelo público gay nem aparece, afinal, são políticos que estão em outros partidos... Não, obrigado. De oportunistas nosso parlamento já está cheio...

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Ouvi muito nestes dias que gay tem de votar em gay. (Homos)Sexualidade não é sinal de caráter, nem de competência. Aliás, quem fazia esta ligação eram os nazistas... Queremos diversidade de fato? Já pensou se alguém dissesse que “hétero só vota em hétero”? Preconceito é preconceito, não importa de onde venha. O argumento de que “só um gay pode lutar pela nossa causa” menospreza a grande contribuição dos simpatizantes na conquista de muita coisa que temos hoje. Se não fossem eles, que fazem o que fazem sem nenhuma obrigação, ainda estaríamos na idade média!

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Nestas eleições, que cada um que siga a sua consciência e escolha os melhores nomes, segundo os seus próprios critérios e valores.

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Bom final de semana, e – como sempre: divirtam-se sem moderação!

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Ps. Este ano não teremos Lei Seca em São Paulo.