terça-feira, 31 de maio de 2011

Gay Muçulmano?


Como é ser gay em um país muçulmano? Mais ainda: como é ser gay e muçulmano? Como conciliar a própria sexualidade com a fé? 

Acabei de ver um documentário absolutamente sensacional que aborda estas questões. Ele se chama "A Jihad for Love" (recebeu o título de Jihad do Amor, em português). O filme de 2007 mostra depoimentos de homens e mulheres homossexuais que passam por dilemas que a maioria de nós não consegue sequer imaginar!

Sempre me revolto com uma tendência sensacionalista de alguns grupos gays brasileiros, que insistem em afirmar que nosso país é o mais homofóbico do mundo, e aquele onde mais ocorrem assassinatos de gays (baseados em dados nada confiáveis). Que há preconceito no Brasil, não há dúvida, que há violência, muito menos, mas o que não existe é uma jihad (guerra) contra o homossexual. Não há em nosso país nada que se compare com os depoimentos vistos neste documentário.

Um dos entrevistados é ativista gay e sua luta é para que o Islamismo aceite homossexuais.

E o cara coloca em risco a própria vida, como fica claro em uma cena no Paquistão, na qual o sacerdote avisa que a punição ao homossexual é a morte, e a única coisa que pode ser discutida é a forma. 

Outro depoimento marcante é o de um grupo de iranianos. Um deles foi condenado a 100 chibatadas nas costas apenas por ter ido a uma festa gay! As fotos de suas costas feridas são chocantes.

Acompanhamos o drama do grupo, refugiado na Turquia, à espera de uma decisão: ou serão expulsos do país, ou repatriados ao Irã - o que significaria a morte. 

Estes são apenas dois exemplos, há vários outros ao longo de quase uma hora e meia de filme.

O mais impressionante, em todos estes casos, é que os entrevistados não perderam sua fé. Todos eles demonstram uma fé inabalável no Islã.

Um ponto comum entre os entrevistados é a luta interna que eles enfrentam para tentar "deixar de ser gay". Alguns chegam a se casar, têm filhos, mas não conseguem ser como os outros - um deles revela que chegava a jejuar mais 80 dias além do exigido pela religião e rezava diversar vezes ao dia pedindo para que Deus o curasse, outros pediam a Deus para que tirassem sua própria vida. 

Vejam, é um documentário imperdível! Ele mostra uma realidade muito diferente da nossa, o que, por um lado, nos ajuda a dar a verdadeira dimensão aos nossos problemas, mas por outro, também revela dramas internos que são universais a todos que se descobrem gays.


Para que se interessar, dá para baixar no Intercine Gay, do nosso amigo Lobinho. 

4 Comentários:

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

eu vi o documentário é impressionante mesmo ... nossos problemas não existem perto dos deles ... FATO

Alexandre Willer Melo disse...

#download mode ON

se permite o clichê, sempre tem alguém numa situação pior que a sua..

acho bonito pessoas que são gays e ainda assim não perdem sua fé quando muitas vezes ou abrem mão do que são na (vã) tentativa de se encaixar ou ou deixam sua fé para trás para viver livremente.

como não tenho fé, melhor, não sigo nenhuma fé, não existe ônus para mim mas imagino o peso que isso deve ter para quem segue algum tipo de fé...

Anônimo disse...

Esse documentário transforma nossa sociedade em um paraíso... todos deveriam ver :)
Mas passei aqui para dizer que achei perfeito seu comentário lá no blog para lady's vivemo momentos que ninguém mais pode se expressar .. tudo ofende alguem em alguma ponta ...e conseqüentemente tem que se optar entre ofender e se expressar :)

Anônimo disse...

Particularmente não compreendo a homossexualidade como escolha, como algo que decide-se ser de um dia para outro por se achar interessante.Também não penso que a forma de encarar a fé por essas pessoas seja menos sincera porque tem uma orientação sexual distinta do que é praticado pela maioria da sociedade.
Entendo também que em termos religiosos, muitas críticas são tecidas em relação a orientação não heterossexual, por conta dos escritos dos livros sagrados principalmente.Mas será que Deus os ama menos por isso?

Obrigado pelo carinho.
Beijos.

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