segunda-feira, 9 de maio de 2011

Cinema Gay: Diversidade em Cena


Hoje estava lá na USP e recebi um jornalzinho com a programação do CINUSP. Para quem não conhece, é um cinema que existe no campus da universidade, e que passa diversos filmes, dentro de mostras ou programações temáticas. Vez por outra, há pré-lançamentos de filmes seguidos de debates com o diretor. Maridão e eu vimos vários ao longo da nossa década de USP, incluindo aí uma mostra com todos os filmes do Almodóvar. São duas sessões por dia, é aberto ao público em geral e, melhor de tudo: é de graça. 

Nesta semana começa uma mostra só com filmes de temática LGBT(...UVXZ! Odeio essa sigla...), a "Diversidade em Cena". O abordagem escolhida foi a "violência" (com tantos aspectos sobre o mundo gay pra mostrar...). O texto de apresentação no site do CINUSP, além de pessimamente escrito, é de dar náusea, de tanto clichês: de Foucault aos números do Grupo Gay da Bahia. Ruim na forma e no conteúdo. (Dá medo de colocar a cabeça na porta de casa e ser metralhado. E depois da união estável aprovada, todos viram que o mundo não parou de girar, nem os 90% de "homofóbicos" do Brasil fizeram o alarde de que tanto se fala... ) Mas vamos nos ater aos filmes - o que realmente importa nesta história. 

Os filmes selecionados foram: Milk - a voz da Igualdade, Damas de Ferro, Meninos Não Choram, Orações para Bobby, C.R.A.Z.Y.: Loucos de Amor, Priscila: A Rainha do Deserto, Baby Love, Tudo Sobre Minha Mãe, Madame Satã, Minha Vida em Cor de Rosa, Direito de Amar, Diversidade Sexual.

Creio que todos já viram estes filmes, ou pelo menos boa parte, mas vamos a uma pequena apreciação totalmente pessoal sobre eles:

Milk - a voz da Igualdade: conta a vida (ou parte dela) do primeiro político  americano assumidamente gay. Vi com o maridão, em DVD. Esperava muito, muito, muito, muito mais. Achei realmente mediano e creio que seria um grande filme se a história fosse contada do ponto de vista do assassino - sem dúvida a história dele era mais interessante do que a do Milk...

Damas de Ferro: ótimo filme, enfim, uma dose de humor neste mundo gay cinematográfico cada vez mais afeito ao dramalhão. Conta a hilária história (real) de uma equipe tailandesa de vôlei formada por gays, travestis e transexuais e sua treinadora lésbica. Imperdível. 

Meninos Não Choram - em geral não tenho o menor saco para filmes gays melodramáticos, mas este consegue ser uma punhalada no peito de qualquer ser humano. Também é baseado numa história real, e conta o caso de uma garota que se sente um garoto, passa a se vestir como tal e, como consequência... o que se segue é barra pesada! Violento e brutal, um dos melhores filmes a tratar da questão do preconceito. 

Orações para Bobby - é o típico filme do qual eu não gosto, mas sei que é um dos preferidos do público gay. Ele tem todos os clichês possíveis e imagináveis do discurso gay: mãe repressora e ultra-religiosa, sociedade conservadora, filho gay, sensível e deprimido por conta de tudo isso. Mãe tenta curá-lo, filho sofre tentando ser aquilo que a mãe espera. Nem preciso dizer onde isso vai parar, né? O final do filme todos conhecem. Filme pra chorar, leve lenços. 

C.R.A.Z.Y.: Loucos de Amor - esse aqui tem tudo o que "orações por Bobby" tem, mas sem os maniqueísmos. Conta a história de um filho gay que idolatra o pai e faz de tudo para não decepcioná-lo. Um dos meus filmes preferidos de todos os tempos, independente da temática. Vi no cinema com o maridão, tenho o DVD original e vez ou outra me pego vendo alguma cena. (Da mesma forma que "Peixe Grande", do Tim Burton, é um que não me atrevi a rever enquanto meu pai estava morrendo, e nem depois de sua morte. Se vir, é choro  - mas não de tristeza! - na certa.)

Priscila: A Rainha do Deserto - um verdadeiro clássico, dispensa apresentações, né? Se você não viu até hoje, devolva sua carteirinha de gay. 

Baby Love: este é até recente, de 2008, passou nos cinemas por aqui e pouca gente viu. É um filme mais leve, que conta a história de um casal gay tentando ter um filho. O filme é bonitinho, uma ótima sessão da tarde. 

Tudo Sobre Minha Mãe: Almodóvar e Tim Burton são os melhores diretores em atividade. Sou fã de ambos e suspeito para falar. Vi este no cinema com o maridão, ele adorou, é seu Almodóvar preferido (gosto mais de "Fale com Ela"). 

Madame Satã: excepcional filme brasileiro, também vi no cinema com o maridão. Lázaro Ramos em seu melhor papel, interpretando o mais macho dos travestis que esse mundo conheceu. 

Minha Vida em Cor de Rosa - um filme lindo, que conta a história de um garotinho que se vê como menina e cria um mundo de fantasias. 

Direito de Amar - em uma palavra: porre! Sabe aquele filme que você vê e ao final tem vontade de trucidar o roteirista e o diretor? Esse é um deles. A história parte de uma premissa bem drama-queer: o parceiro do professor George morre em um acidente e ele passa a rever sua vida, entre a autocomiseração, as conversas cabeçóides com a amiga bêbada e - clichê dos clichês, um jovem com metade da sua idade numa metáfora de sua juventude perdida. Mas não pensem em uma obra prima como "Morte em Veneza". Aqui é bem menos... 

Diversidade Sexual - este é brasileiro, e confesso que não conheço. 

Para quem se interessar, a programação completa da mostra está no site do CINUSP. A mostra vai de 09 até 27 de maio. 

O CINUSP fica na Rua do Anfiteatro, 181, bem ao lado do bandejão e do Anfiteatro Camargo Guarnieri.

Qual destes você já viu? Qual é o seu filme preferido com a temática LGBTUVXZ?

10 Comentários:

Wans disse...

Realmente esse tema não rolou. E tem filmes aí que nem fazem parte do tema, meu. Damas de Ferro por exemplo. É delicioso e divertidíssimo. Enfim...

Dan disse...

Não assisti Baby Love, Direito de Amar e Diversidade Sexual.

Gosto bastante de CRAZy, pela trilha (ahahah) e Ma vie en rose.
Almodovar tem lugar cativo no meu coração tem!

bjos

Unknown disse...

Olá, Dois! Muito legal as sinoposes e obrigado por complementar a postagem do IdG com a dica de "Baby Love". Eu acabei 'linkando' essa postagem com a minha.
Bju.s.

Anônimo disse...

Sinceramente,nao conheço esse filme nacional.Os outros já vi.

Nao tenho um predileto,nao,hein.Tenho vários: The Trip,Contracorrente,Bent,Transamérica(acho que eu fui o único que chorei com esse filme),Amor em Tempos de Guerra(o filme mais triste que minha irma já viu.Ficou tao chocada com certas cenas que nem dormia bem) e outros.Ah,como vejo todos,é sacanagem responder.kkk.
Beijos.

Serginho Tavares disse...

A mostra tem uns bons filmes ai, muitos deles quero rever

Beijos

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Felizmente vi todos, assim ameniza minha ira de não viver por aí ...

Fred disse...

Não vi todos... parece bacana a mostra!!!!! Hugz!

Alexandre Willer Melo disse...

não vi todos mas a grande maioria...tem coisa ae no meio que tá meio fora né não?

enfim, o meu é 'Beautiful Thing' tem todo um significado para mim além de ser mesmo um filme ótimo...

Anônimo disse...

Gostei de todos os filmes e vc só sabe atacar, agredindo assim aqueles que gostaram. Sou sociólogo e consigo ver o alcance social que eles têm, apesar daquilo que vc chama de "clichês".
O tempo enteiro no seu blog parece que vc "dá um tiro no pé", ou seja, ataca os gays e os defensores dos gays. E ainda aplaude o texto do Pondé que disfarçadamente se põe contra a luta gay pela iguadade. Retire este texto do pondé, isso é uma injúria aos leitores de seu blog. Se vc tiver respeito pelas opiniões e pelas liberdades, publique este meu comentário.
Roberto
kbomtv@hotmail.com

DPNN disse...

Roberto,

não há qualquer censura a comentários aqui no blog, fique a vontade para discordar. Como eu sempre digo, na postagem nós colocamos nosso ponto de vista (é um blog pessoal, não se esqueça) e aqui nos comentários vocês podem colocar a visão de vocês. Ninguém é - nem nunca foi - obrigado a concordar conosco. Ditadura do pensamento único não tem vez por aqui. Quanto a retirar um texto, prefiro manter. Diversidade - de verdade - é assim, convivência entre a divergência.

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