quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Oscar Gay: Toda Forma de Amor

Como dizem que o ano só começa depois do carnaval, nada melhor do que começar este post com um “Feliz Ano Novo”! Espero que o carnaval de vocês tenha sido ótimo, pois agora é hora de pegar no batente...

Mas antes de voltar aos temas polêmicos que a gente aqui do blog tanto adora (ultimamente estamos bonzinhos demais...), vamos falar um pouco mais sobre cinema. É que, como você está careca (not) de saber, no próximo domingão teremos a Cerimônia do Oscar

Duas coisas são certas: todo ano há atrizes mal vestidas e um filme com a temática homossexual (não sei se por mérito, para fazer uma média, ou só por coincidência mesmo). Não tenho o menor interesse na roupa da mulherada e estou @gando e andando pra cerimônia, faz séculos que não vejo - mas como o lado gay da força estará representado por lá, a gente não poderia deixar o assunto passar batido. 

O filme gay deste ano é o “Toda Forma de Amor” (péssimo título nacional para o “Beginners” original) e está concorrendo na categoria Melhor Ator Coadjuvante , com o veterano Christopher Plummer - coincidentemente, o papel de gay do filme.  No Globo de Ouro deste ano, o ator saiu como vencedor na mesma categoria (que a gente sabe que é uma farsa, já que o prêmio vai sempre pro melhor personagem, e não exatamente para a atuação...).

Mas do que fala o filme em si? Ele conta a história de Oliver (Ewan McGregor, pra variar, muito bem em cena) , um cara que ganha a vida criando capas de CDs -  e de como sua vida envolta em uma rotina é abalada por dois acontecimentos: a saída do armário de seu pai, aos 75 anos, após a morte da esposa, e o encontro/relacionamento com a atriz Anna (interpretada por Mélanie Laurent, que para mim é a melhor em cena).  Estas duas pessoas trazem uma perspectiva de vida totalmente nova para Oliver. Seu pai não apenas decide sair do armário, ele decide viver plenamente como gay seus últimos anos de vida: vira militante, arruma um namorado mais jovem, cai na balada, mesmo diante de um diagnóstico de câncer terminal. Anna faz Oliver perceber que, ao contrário do pai, ele desistira precocemente da vida.

O ótimo roteiro mostra a vida de Oliver por meio de idas e vindas no tempo: a infância ao lado da mãe, o pai ausente, as noites no hospital. Aliás, foi difícil ver algumas das cenas sem me lembrar do meu relacionamento com meu pai: também fomos meio distantes, mas nos reaproximamos em seus últimos anos de vida. E assim como o pai de Oliver, o meu me dava um baile no quesito jovialidade. As cenas em que o filho estava no quarto do hospital com o pai, ou quando o velho usava o tubo de oxigênio em casa me derrubaram, devo admitir, pois foram reproduções fiéis do que eu passei com meu pai – a única diferença, no meu caso, era que o gay era eu.

O filme tem um ritmo beeeeem lento, não tem grandes reviravoltas no roteiro, mas não é chato – eu vi de madrugada, deitado na cama, e não caí no sono. Ele tem um jeitão “alternativo” de ser - às vezes parece um clipe gigante do Belle & Sebastian - mas não é pedante como 99,99% dos filmes que carregam o rótulo. Os diálogos são bons (há alguns exageros cabeçóides em algumas cenas, mas nada que comprometa).

A questão da homossexualidade do pai é trabalhada de forma bem elegante (em alguns momento é até didática), e se sua avó não se chocar com um velhinho beijando outro homem na boca, dá até pra assistir com ela.

Ewan McGregor já fez um filme com tema parecido (só que infinitamente melhor), chamado “Peixe Grande e Suas Histórias Maravilhosas”, mas “Toda Forma de Amor” cumpre bem aquilo a que se propõe: tem cenas muito tristes, outras que fazem rir - e não carrega nas cores nem para o drama, nem para a comédia (e ainda tem essa fofura de cachorro aí do lado).  

Como o Oscar só acontece na noite de domingo, ainda dá tempo de correr lá no Intercine Gay do Lobinho, baixar e tirar suas próprias conclusões. 
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6 Comentários:

FOXX disse...

eu vi e concordo com sua critica
não sabia q ele estava concorrendo, q ótimo

Anônimo disse...

Este filme é baseado na vida do diretor. A cena do reencontro de Oliver e o namorado do pai é marcante. Sobre Oscar 2012,ainda temos Albert Nobbs. Abração.

Anônimo disse...

Eu adoro cinema, mas NUNCA assisti ao Oscar por pura falta de vontade mesmo, nao tenho saco, prefiro ler no dia seguinte quem ganhou o que e pelo que kkkk
Tambem odeio qualquer coisa relacionada a roupa das celebridades, nao me atrai em nada!!

Ainda nao vi o filme, mas se tem Ewan McGregor com certeza vale a pena.

Paulo Roberto Figueiredo Braccini - Bratz disse...

Carnaval passou e Bratz voltou! o único dia em q não fui á prainha do Arouche vcs foram né? Tá bom! rs ...

Fred disse...

Bah... se vc não diz eu não fico sabendo. Bom saber. Conferirei-o-lho... hehehe! E minha dieta tb foi com muito "líquido"... hahaha! Hugz!

Serginho Tavares disse...

um filme que todos devem ver
beijos

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